sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Futebol e etc.

O de sempre    Ao que tudo indica, o zagueiro Marquinhos, de apenas 18 anos, deverá mesmo atuar pela Roma na temporada 2012/13 do campeonato italiano. Considerado a maior revelação das categorias de base do Corinthians nos últimos anos, ele seguirá para o clube italiano por empréstimo, porém com valor de passe já fixado. Ou seja: muito provavelmente, não volta mais.
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Se confirmada a negociação, trata-se de uma cagada digna dos “áureos tempos” do Seu Alberto Dualib. Marquinhos tem enorme potencial: joga de queixo erguido, demonstra personalidade impressionante para um garoto de sua idade, tem ótimo desarme e bom passe; versátil, já provou ter condições de atuar também na cabeça de área e até mesmo na lateral.
Se bem trabalhado, acredito que tomará conta do miolo de zaga da Seleção Brasileira em, no máximo, 4 anos.
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Porém, ao final do empréstimo, a A.S. Roma – que, recentemente, também já nos ceifou Leandro Castán – deve adquirir seus direitos federativos por uma cifra dezenas de vezes inferior à que receberá quando, daqui uns anos, resolver negociá-lo com outra equipe europeia.
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Para seu lugar, contrataremos um perebinha qualquer que esteja disputando a Série B, já com seus 25, 26 anos de idade, apenas para “compor elenco”.
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Espero muito estar enganado. Adoraria ter de morder minha língua quando, daqui um ano ou dois, Marquinhos voltasse do Velho Continente cheio de experiência e moral para, aí sim, jogar em alto nível pelo clube que o formou.
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Mas, por ora, só o que consigo ver é a repetição dos mesmos erros de sempre.
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Fora o escárnio...   Nos últimos jogos, o Corinthians tem entrado em campo ostentando em seu uniforme um patch em alusão à conquista da Libertadores da América. 
Sei que sou minoria, mas, particularmente, acho a medida uma tremenda de uma bobagem. Claro, ganhar a Libertadores foi ótimo e tal. Mas supervalorizá-la dessa forma equivale a fazer o jogo deles.
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 Diz aí: não fica mais estiloso?
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Fosse eu o responsável pelo Marketing do clube e a camisa traria, já na partida seguinte à conquista do torneio continental, um selo comemorativo dos 35 anos do título de 77 – homenagem mais do que justa aos verdadeiros Libertadores na Nação.
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Eu podia estar roubando, podia estar matando...[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém.”
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A pérola é do técnico Ney Franco, questionado sobre a vergonhosa derrota do São Paulo por 3 a 0, diante do Náutico – a terceira seguida do clube do Morumbi.
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Que beleeeeeeza!
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Porém, mais do que a (sempre bem-vinda!) má fase tricolor, o que me chama a atenção no caso é a banalização desse termo cunhado pela mídia em razão dos possíveis crimes de que trata a Ação Penal nº 470, em julgamento no STF. Cabe de tudo sob esse guarda-chuva – e, por outro ângulo, meu parceiro de canalhices também já andou falando sobre isso por aqui.
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Aliás, semana que vem haverá mais uma edição da indigesta reunião anual de condôminos no edifício onde moro. Aposto com quem quiser me desafiar: nalgum momento da peleja, o referido termo será usado para atacar a atual gestão de Sua Majestade, o Sr. Síndico.
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Sem entrar no mérito da questão, visto que compete à Justiça apurar as responsabilidades, questiono apenas se o fato da ação penal ter se transformado nesse circo todo realmente dificulta a vida da defesa – como, creio, pretendiam inicialmente os idealizadores desse show midiático. Ou será que, ao banalizar a questão, ao superdimensioná-la, ao expô-la a tamanho ridículo, a tentativa de fazer deste evento o sepulcro do alto clero petista não poderá ter saído pela culatra?

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